segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Autismo

Informações de como pode ser diagnóticada uma criança com Autismo.

Tudo sobre Autismo

O que é Autismo?

Sinônimos: Transtorno de desenvolvimento pervasivo
O autismo é um transtorno de desenvolvimento que aparece nos três primeiros anos de vida. O autismo afeta o desenvolvimento normal do cérebro relacionado às habilidades sociais e de comunicação.

Causas

O autismo é uma doença física vinculada à biologia e à química anormais no cérebro. As causas exatas dessas anomalias continuam desconhecidas, mas essa é uma área de pesquisa muito ativa. Provavelmente, há uma combinação de fatores que leva ao autismo.
Saiba mais
Os fatores genéticos do autismo parecem ser importantes. Por exemplo, é muito mais provável que dois gêmeos idênticos tenham autismo do que gêmeos fraternos ou irmãos. Da mesma forma, as anomalias de linguagem são mais comuns em parentes de crianças com autismo. Anomalias cromossômicas e outros problemas do sistemas nervoso (neurológicos) também são mais comuns em famílias com autismo.
Já houve suspeitas de várias outras causas possíveis para o autismo, mas nenhuma foi comprovada. Elas incluem:
  • Dieta
  • Alterações no trato digestório
  • Contaminação por mercúrio
  • A incapacidade do corpo de utilizar vitaminas e minerais de forma adequada
  • Sensibilidade a vacinas

Autismo e vacinas

Muitos pais têm medo de que alguma vacina não seja segura e que possa prejudicar seu bebê ou criança com autismo. Eles podem pedir ao médico ou enfermeira que esperem ou até mesmo recusar a aplicação da vacina. No entanto, é importante pensar também nos riscos de não vacinar a criança.
Algumas pessoas acreditam que uma pequena quantidade de mercúrio (chamada de timerosal), que é um conservante comum em vacinas multidose, causa autismo ou TDAH. No entanto, as pesquisas NÃO indicam que esse risco seja verdadeiro.
A American Academy of Pediatrics e The Institute of Medicine (IOM) dos EUA concordam que nenhuma vacina ou componente dela é responsável pelo número de crianças que atualmente são diagnosticadas com autismo. Eles concluíram que os benefícios das vacinas são maiores do que os riscos.
Todas as vacinas de rotina da infância estão disponíveis em formas de dose única em que não foi adicionado mercúrio.
O site dos Centers for Disease Control and Prevention (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) oferece mais informações.

Quantas crianças têm autismo?

O número exato de crianças com autismo é desconhecido. Um relatório publicado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA sugere que o autismo e seus distúrbios relacionados são muito mais comuns do que se imaginava. Não está claro se isso se deve a um aumento na taxa da doença ou à maior capacidade de diagnóstico do problema.
O autismo afeta 3 a 4 vezes mais meninos do que meninas. Renda familiar, educação e estilo de vida parecem não influenciar no risco de autismo.
Alguns médicos acreditam que a maior incidência de autismo se deve a novas definições do transtorno. O termo "autismo" agora inclui um espectro mais amplo de crianças. Por exemplo, hoje em dia, uma criança diagnosticada com autismo altamente funcional poderia ser simplesmente considerada estranha há 30 anos.
Outros transtornos de desenvolvimento pervasivo incluem:
  • Síndrome de Asperger (como o autismo, mas com desenvolvimento normal da linguagem)
  • Síndrome de Rett (muito diferente do autismo e só ocorre no sexo feminino)
  • Transtorno desintegrativo da infância (doença rara em que uma criança adquire as habilidades e depois esquece tudo antes dos 10 anos de idade)
  • Transtorno de desenvolvimento pervasivo - não especificado (TPD-NE), também chamado de autismo atípico

Exames

Todas as crianças devem fazer exames de desenvolvimento de rotina com o pediatra. Podem ser necessários mais testes se o médico ou os pais estiverem preocupados. Para autismo, isso deve ser feito principalmente se uma criança não atingir os seguintes marcos de linguagem:
  • Balbuciar aos 12 meses
  • Gesticular (apontar, dar tchau) aos 12 meses
  • Dizer palavras soltas antes aos 16 meses
  • Dizer frases espontâneas de duas palavras aos 24 meses (não só repetir)
  • Perder qualquer habilidade social ou de linguagem em qualquer idade
Essas crianças poderão fazer uma avaliação auditiva, teste de chumbo no sangue e teste de triagem para autismo (como a lista de verificação de autismo em crianças [CHAT] ou o questionário para triagem de autismo).
Um médico experiente no diagnóstico e tratamento de autismo normalmente é necessário para fazer o diagnóstico. Como não há testes biológicos para o autismo, o diagnóstico muitas vezes será feito com base em critérios muito específicos de um livro chamado Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º ed.
Uma avaliação de autismo normalmente inclui um exame físico e neurológico completo. Pode incluir também alguma ferramenta de exame específica, como
  • Entrevista diagnóstica para autismo revisada (ADIR)
  • Programa de observação diagnóstica do autismo (ADOS)
  • Escala de classificação do autismo em crianças (CARS)
  • Escala de classificação do autismo de Gilliam
  • Teste de triagem para transtornos invasivos do desenvolvimento, estágio 3
As crianças com autismo ou suspeita de autismo normalmente passarão por testes genéticos (em busca de anomalias nos cromossomos).
O autismo inclui um amplo espectro de sintomas. Portanto, uma avaliação única e rápida não pode indicar as reais habilidades da criança. O ideal é que uma equipe de diferentes especialistas a avalie a criança com suspeita de autismo. Eles podem avaliar:
  • Comunicação
  • Linguagem
  • Habilidades motoras
  • Fala
  • Êxito escolar
  • Habilidades de pensamento
Às vezes, as pessoas relutam em fazer o diagnóstico porque se preocupam em rotular a criança. No entanto, sem o diagnóstico, a criança pode não receber os tratamentos e os serviços necessários.


Aqui segue uma texto sobre a reportagem feita no fantastico.

Edição do dia 04/08/2013
04/08/2013 21h24 - Atualizado em 09/08/2013 15h59

Especialistas afirmam que existe 1 pessoa com autismo para cada 100

Autismo era considerado uma condição rara, que atingia quatro indivíduos para cada 10 mil vivos. Hoje, a pesquisa mais recente fala em um para cada 92.

 
 
 
Neste domingo (4), o Fantástico estreou a série ‘Autismo: Universo Particular’. Para produzir a série, Dráuzio Varella esteve casa de vários pacientes portadores desse transtorno para mostrar como vivem essas famílias e essas crianças.
No Paraná, há uma família com dois filhos em que o autismo se manifesta de uma forma bem diferente em cada um dos irmãos. O pai passa as noites segurando o filho enquanto ele dorme.
Kevin não para de se mexer e se bate repetidamente. Durante a noite, ele acorda querendo tomar banho, porque só isso o acalma por algum tempo. “Já tive vontade até de me matar pela situação de bater nele, dele se agredir e não ter o que fazer, entendeu? Já passou pela minha cabeça de fazer qualquer besteira, então é difícil”, conta o pai.
Os pais de Kevin estão em busca do diagnóstico de que o filho tenha autismo, um distúrbio que desafia a ciência. Não se sabe as suas causas e ele é cada vez mais comum. Especialistas calculam que o autismo atinja 1% das crianças.
“O autismo hoje é considerado um distúrbio no desenvolvimento causado por condições genéticas e ambientais e que, na verdade, não é uma condição só. Hoje, a gente fala em um conjunto de autismos pela enorme variabilidade que ele tem. A característica fundamental dos autismos é o prejuízo na comunicação, na interação social e na presença de comportamentos peculiares. Comportamentos repetitivos sem muito significado, que os indivíduos parecem ficar realizando sem uma finalidade muito clara”, explica o neuropediatra especialista em autismo Salomão Schwartzman.
O médico explica que o autismo era considerado uma condição rara, que atingia 1 em cada 2 mil crianças. Ele aponta que a pesquisa mais recente fala em um para cada cem. “A gente está falando de uma coisa que não é rara, é extremamente comum. Você encontra na escola, no escritório, no seu consultório, identifique ou não”, avalia Schwartzman.
Segundo o especialista, o autista é metódico. “O mundo ideal é aquele em que as coisas não se modificam. Eu acordo na mesma hora, visto a mesma roupa, tomo café do mesmo jeito, no mesmo prato, com a mesma xícara. Qualquer variação disso traz um extremo desconforto”, explica o neuropediatra.
Uma família que vive o autismo muito intimamente mora em Teófilo Otoni, em Minas Gerais. Renato, o pai, sempre foi meio esquisitão. “Desde criança eu achava ser estranho normal, mas porque eu tirava por mim. Para mim, todo mundo era estranho”, conta ele. Renato casou com Ana Maria, que já tinha uma filha, Fernanda. Juntos, eles tiveram Mateus e Máximo – os dois com autismo – e Bárbara, a mais nova. “Eu já estou mais do que acostumada a lidar com eles. Na verdade, acho eles mais fáceis por causa da questão da rotina”, diz Ana.
Mas mesmo as atividades mais rotineiras podem ser um imenso desafio para pessoas com autismo. Escolher um conjunto de roupas para trocar o filho pode ser uma tarefa impossível.
“É muita opção. Combinação de cor, de não sei o que... Sempre me visto pelo conforto e, exatamente para não ter esse problema de combinação, visto uma cor só”, brinca Renato.
Os humanos são animais sociais. Se não tivessem formado grupos, os antepassados teriam desaparecido da face da Terra. Mas há pessoas com transtorno de desenvolvimento que apresentam enorme dificuldade de relacionamento social. Para elas, sons, movimentos, olhares e solicitações dos outros provocam um curto-circuito que as deixa desorientadas e aflitas. O autismo é um transtorno desse tipo, no qual a rede de neurônios que controla, no cérebro, a comunicação e os contatos sociais está desorganizada. “Diria que a marca registrada do autismo é a falta de desejo ou de possibilidade de interagir com o outro”, diz Schwartzman.
Atualmente, o autismo é considerado um distúrbio com um amplo espectro de manifestações, desde as crianças, como Kevin e Máximo, que têm enormes dificuldades de responder aos estímulos, até pessoas que têm problemas de convívio social, mas são extremamente talentosas em áreas específicas. O cérebro deles funciona de forma única, que ainda é um mistério para a ciência.
Em um quarto cheio de circuitos eletrônicos e fórmulas matemáticas, um autista genial é Jacob Barnett. Ele está prestes a se tornar mestre em física quântica aos 14 anos. Ele dá aulas na internet desde pequeno e hoje participa de pesquisas na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, e pode ganhar o Prêmio Nobel.
O caso dos irmãos de Curitiba Nicholas, de 13 anos, e Thomas, de 15, é parecido. O mais velho, que já aos 3 anos demonstrava facilidade com números, já fez diversos cursos em nível universitário nas áreas de matemática e ciência da computação.
Segundo o neuropediatra Salomão Schwartzman, o impacto de um filho autista em uma família pode ser brutal. “É algo muito difícil de você lidar. Quando você tem um filho que é um deficiente intelectual, por qualquer razão que seja, depois de algum tempo, por maior que seja o luto que você tem com relação a isso, você se habitua a uma criança que bem ou mal tem uma linha de base. Ou seja, ele tem prejuízos, mas que depois de algum tempo você sabe quais são e passa a conviver bem com isto”, diz.
Na novela ‘Amor à vida’, a atriz Bruna Linzmeyer interpreta Linda, uma garota com autismo. “Eu tinha ouvido falar muito pouco sobre o autismo, porque é um tema muito pouco conhecido pela nossa sociedade. A gente criou uma linguagem dessa personagem se comunicar, como ela dramaturgicamente se envolve em cena. Isso é o mais difícil. Cada detalhe é muito importante”, conta ela.
Na próxima semana, o Fantástico investiga o diagnóstico de autismo: como descobrimos que alguém tem autismo se nem sabemos ao certo o que provoca esse distúrbio? Não perca!




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